sábado, 29 de setembro de 2012

CONCLUÍDA A REMOÇÃO DOS VEÍCULOS HISTÓRICOS DE GATO PRETO

No dia 29 de setembro de 2012 o IFPPC concluiu uma etapa importantíssima dos seus planos: conseguiu finalmente remover todos os veículos ferroviários históricos que há 30 anos estavam depositados nas antigas oficinas da Estrada de Ferro Perus-Pirapora, no bairro de Gato Preto, em Cajamar. As pessoas que acompanham a trajetória da pequena ferrovia sabem da importância disto, pois estas sete locomotivas, uma gôndola e um guincho são uma parte importantíssima do acervo da EFPP, e estavam fora da área tombada pelo CONDEPHAAT e comodatada ao IFPPC.

Durante a semana, as locomotivas números 3, 7 e 11 juntaram-se à 6, que já se achava no trecho do km 10, em uma área bem protegida, junto à indústria Natura.

Às 11 horas do sábado, dia 29, a locomotiva número 1 é a última a deixar para sempre as velhas oficinas de Gato Preto, que permaneceram fora da área tombada da Perus-Pirapora.

Acompanhada pelo tender da locomotiva 11, despede-se passando junto às ruínas do antigo viaduto metálico, já demolido há mais de 50 anos. 

Enquanto isso, na oficina passa-se uma cena bizarra: o pequeno e rudimentar guincho da Perus-Pirapora, que socorreu tantos vagões e locomotivas acidentados nos velhos tempos, é guinchado pela primeira vez na vida. Mas, o contraste entre ele e o guindaste do século XXI mostra  o abismo tecnológico que os separa. 

O velho guincho agora é cuidadosamente acomodado numa carreta, para seguir viagem rumo ao centro operacional do IFPPC no pátio de Corredor, no km 5 da ferrovia. Depois de ser revisado, muito trabalho o aguardará!


Poucas horas depois, na passagem em nível do km 2+500 a locomotiva no. 1 é içada, ...


... acomodada na linha que há décadas não percorre, e aguarda a sua vez de seguir para a proteção do pátio do Corredor.

Mas o trabalho não pára, e todos os tipos de materiais continuam a chegar  das oficinas.


Entre eles, o pequeno guincho, caldeiras de reserva e as partes da locomotiva no. 4, que estava desmontada quando a ferrovia paralisou suas atividades, em 1983. 

A quantidade é tão grande que as peças espalham-se ao redor, no aguardo do transporte. Um enorme acervo de truques e rodeiros, imprescindíveis para a manutenção, empilha-se junto à linha.


Vários rodeiros que tinham sido enterrados há anos atrás ainda estão sujos de terra, mas agora escaparam de se perder para sempre, e um dia voltarão a rodar nos mesmos trilhos.


Muito trabalho ainda aguardava a prestativa locomotiva no. 2, num dia que acabou tarde e já se tornou inesquecível. 

Uma grande missão foi cumprida, e agora estas relíquias estão expostas à visitação pública. Venha vê-las!


4 comentários:

  1. Parece inacreditável .... Na verdade, à muita gente parecia que isso jamais ia acontecer, mas eis que o material da Perus-Pirapora está voltando à Perus, onde, é uma questão de tempo (e verba), voltará à ativa. Parabéns ao grupo de aficionados e amantes da ferrovia, é um passo importantíssimo na preservação não apenas da "nossa" ferrovia, mas da história da ferrovia, da história do país. Sinto-me emocionado e orgulhoso, pois tenho um "dedim" que seja nessa história.

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    1. Sim, Zeca, até a nós mesmos houve momentos em que nos parecia inverossímil. No entanto, soubemos recuperar o ânimo quando ele baixou, e mais este passo fundamental foi dado. E é assim, com os "dedins" de muita gente, que a nova história da Perus-Pirapora está sendo construída.

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  2. Parabéns pela iniciativa, o resultado do esforço do grupo não me surpreende, e sim demonstra que o somatório de ações de um grupo literalmente move montanhas, o simples fato de remover as máquinas do abandono já é memorável, se o grupo conseguir entrar na etapa de restauro, terá a grande experiencia de entender o funcionamento e a capacidade dos criadores destas máquinas, em certa etapa terão a surpresa da criatividade daqueles que projetaram , operavam e mantinham estes equipamentos, sem os recursos que temos atualmente. Sou admirador de ferrovias e outros engenhos , tenho uma empresa de construção e manutenção industrial , já executamos várias obras de reforma e restauro de prédios das décadas de 1910 a 1940, incluindo 05 estações de trem aqui no R. Grande do Sul, nestas obras tive as experiências descritas acima, as soluções obtidas na época são fascinantes resultando em obras de mais de 100 anos , ainda em condições de uso, apesar das fases de abandono, o orgulho de restaurar estes projetos não tem preço, só quem faz saberá, parabens.

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    1. Caro Ricardo, uma resposta sensível e inteligente, vinda lá de longe, nos dá uma dose de ânimo ainda maior! Estamos juntos nesta empreitada pela memória e pela identidade nacional, caro companheiro. Um abraço de todos do IFPPC.

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